Prefeito de Macaé assina decreto declarando nulidade do convênio com a Cedae

 

A Prefeitura de Macaé declarou a nulidade do contrato de convênio com a Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), através de decreto assinado pelo prefeito Dr. Aluizio (sem partido), nesta quarta-feira, 10.

Celebrado em dezembro de 2011 entre a prefeitura e o Governo do Estado do Rio, o convênio de cooperação com a estatal já vinha sendo muito criticado devido à má qualidade dos serviços prestados pela Cedae no município, com diversos casos de reclamação por falta de água.

Nesta segunda-feira, 8, a prefeitura lembrou que a arrecadação da empresa com o município beirava a casa dos 50 milhões de reais, embora os investimentos da Cedae nos serviços de abastecimento e fornecimento de água fossem insuficientes, de acordo com o governo municipal e com a população.

No decreto, de número 088, de 2019, o prefeito se apoia também em uma recomendação do Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) para o rompimento do contrato e em um parecer do mesmo MPRJ em um processo envolvendo da BRK Ambiental, concessionária responsável pelos serviços de tratamento de água e esgoto no município.

“Fica declarado nulo o convênio de cooperação, celebrado entre o município de Macaé, o Estado do Rio de Janeiro e a Companhia Estadual de Águas e Esgotos – Cedae, cujo objeto é a delegação, pelo município, das atividades de organização e planejamento da prestação dos serviços de abastecimento de água, em 29 de dezembro de 2011”, define o primeiro artigo do decreto assinado nesta quarta-feira.

O assunto foi comentado publicamente pelo prefeito pela primeira vez em março desse ano, em coletiva à jornalistas durante o evento de lançamento da feira Brasil Offshore 2019, em um hotel em Macaé.

O decreto ressalta ainda a responsabilidade de a Secretaria Adjunta de Saneamento, ligada à Secretaria de Infraestrutura, de proceder com o processo de avaliações e liquidações necessárias para indenizar a Cedae pelos investimentos que a empresa já tenha feito e por prejuízos que venham a ser causados no processo de encampação, quando a administração pública toma posse de uma empresa privada mediante compensação financeira.

A medida já havia sido aprovada pela Câmara Municipal e passará pelo crivo da população no próximo dia 28, véspera do aniversário de 206 anos da emancipação da cidade, quando a prefeitura promoverá um plebiscito da tarifa zero dos serviços de água na cidade.

A cobrança das tarifas, de responsabilidade da BRK Ambiental, segue suspensa pela prefeitura, gerando, segundo a gestão municipal, uma economia de 200 reais em 3 meses para cada família dos cerca de 41 mil imóveis ligados à rede de água na cidade.

O plebiscito acontece no último domingo deste mês, no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho, das 8h às 17h, e para votar, os moradores devem estar munidos do título de eleitor, e de um documento com foto.

Rio assina acordo para retomar saneamento e despoluição da Baía de Guanabara

Termo de Ajustamento de Conduta foi firmado com o Ministério Público para a retomada das obras do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara e do Programa de Despoluição da região

Por O Dia

Publicado às 17h25 de 05/07/2019 – Atualizado às 17h25 de 05/07/2019

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) assinou com o Governo do Rio um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) para a retomada das obras do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara (PSAM) e do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG) na quarta-feira.

O termo prevê quatro grandes intervenções por parte do Estado do Rio para garantir a expansão do saneamento básico e despoluir as áreas do entorno da Baía da Guanabara: Sistema Tronco Coletor Cidade Nova (fase 2), Sistema Tronco Coletor Faria Timbó, Sistema Tronco Coletor Manguinhos e Sistema Tronco Coletor Alcântara.

Após a execução das obras, previstas para o prazo máximo de quatro anos, ao menos 1,5 milhões de pessoas que vivem nas regiões afetadas serão diretamente beneficiadas e cerca de 90% dos habitantes da região metropolitana do Estado serão indiretamente beneficiados pelas medidas.

A homologação do TAC foi feita em audiência especial no Tribunal de Justiça com as presenças de integrantes do Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente (GAEMA-MPRJ) e do GATE do MPRJ; da Secretaria Estadual do Ambiente e Sustentabilidade; do Comitê de Bacia da Baía de Guanabara; da Cedae, e da Procuradoria Geral do Estado.

Pelo MPRJ, o acordo foi assinado pelos promotores de Justiça José Alexandre Maximino, Gisela Pequeno e Carolina Motta, além da procuradora de Justiça Rosani da Cunha Gomes, todos eles integrantes do GAEMA.

No caso da Cedae, a conclusão das tratativas tendentes a um acordo deverá se dar nos próximos 60 dias. Pela proposta discutida em audiência, a empresa se comprometerá a concluir a rede coletora do sistema Sarapuí, a requalificar a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) São Gonçalo, a realizar a ligação do sistema Paquetá à ETE São Gonçalo, a concluir o sistema de esgoto sanitário Pavuna e a finalizar a construção dos reservatórios Lote XV, Olavo Bilac e Retiro Feliz.

Todas estas intervenções deverão ter prazos estipulados e fontes orçamentárias devidamente demonstradas e garantidas, segundo a proposta.

Com a assinatura do TAC, o Governo do Estado se compromete com a destinação de reservas orçamentárias já efetuadas para o corrente ano de 2019 no valor de R$ 106 milhões, necessárias à execução das obras. Além disso, no prazo de trinta dias contados da abertura do orçamento dos anos de 2020 a 2023, deverá apresentar o planejamento das reservas orçamentárias necessárias para dar prosseguimento às obras em tais anos e ao seu respectivo fluxo financeiro. O descumprimento do compromisso implicará na aplicação de multa diária ao Estado do Rio.